terça-feira, 14 de outubro de 2014

Filme

Livrai-nos do Mal (Deliver Us from Evil), 2014
Esperava mais sustos, mais tensão e mais terror. No entanto, apesar da decepção nesse ponto, fiquei surpreso com a pegada de aventura policial. Livrai-nos do Mal conseguiu misturar suspense, terror e aventura. Para aqueles que têm um receio moderado de filmes de espíritos, acho que dá para assistir sem muito medo. Só precisam tomar cuidado com algumas imagens pesadas de morte e sangue.
Livrai-nos do Mal é baseado no livro de Ralph Sarchie, policial que é representado no filme como protagonista, que afirma ter vivido as experiências retratadas na história.

Sem muita coisa diferente de outros suspenses e pelos sustos medianos, Livrai-nos do Mal fica com a nota '3'. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Música

Banda: Legião Urbana
Música: Monte Castelo

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Filme

O Doador de Memórias (The Giver), 2014
E se... Tenho certeza que muitos já fizeram essa simples suposição. E se não existisse dor, fome, sofrimento? E se o amor acabasse, a alegria, a felicidade?

O Doador de Memórias responde de modo ficcional como seria uma sociedade sem emoções, sem dor e sem alegria, vivendo em uma verdadeira inércia sentimental e existencial. Filme excelente para refletir como vivemos e colocar muitos 'porquês' na cabeça.
O filme é a adaptação do livro de Lois Lowry, publicado nos Estados Unidos em 1993 com o titulo 'The Giver' e lançado no Brasil como 'O Doador'.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Música

Banda: Foo Fighters
Música: Times Like These

sábado, 13 de setembro de 2014

Música

Cantora: Maria Gadú
Música: Quase sem querer

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Poesia

Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei 

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Arte

Para quem gosta de saber sobre arte, vale a pena conferir esse documentário sobre Caravaggio.

O material é muito bom e expõe as pinturas do artista, com análises e opiniões, além de explorar aspectos da personalidade do mestre.


Caravaggio - O Mestre dos Pincéis e da Espada

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Música

Banda: Shaman
Música: Fairy Tale

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Poesia

Escada
Carlos Drummond de Andrade

Na curva desta escada nos amamos,
nesta curva barroca nos perdemos.
O caprichoso esquema
unia formas vivas, entre ramas.

Lembras-te carne? Um arrepio telepático
vibrou nos bens municipais, e dando volta
ao melhor de nós mesmos,
deixou-nos sós, a esmo,
espetacularmente sós e desarmados,
que a nos amarmos tanto eis-nos morridos.

E mortos, e proscritos 
de toda comunhão no século (esta espira
e testemunha, e conta), que restava
das línguas infinitas
que falávamos ou surdas se lambiam
no céu da boca sempre azul e oco?

Que restava de nós,
neste jardim ou nos arquivos, que restava
de nós, mas que restava, que restava?
Ai, nada mais restara,
que tudo mais, na alva,
se perdia, e contagiando o canto aos passarinhos,
vinha até nós, podrido e trêmulo, anunciando
que amor fizera um novo testamento,
e suas prendas jaziam sem herdeiros
num pátio branco e áureo de laranjas.

Aqui se esgota o orvalho,
e de lembrar nã há lembrança. Entrelaçados,
insistíamos em ser; mas nosso espectro,
submarino, à flor do tempo ia apontando,
e já noturnos, rotos, desossados,
nosso abraço doía
para além da matéria esparsa em números.

Asa que ofereceste o pouso raro
e dançarino e rotativo, cálculo,
rosa grimpante e fina
que à terra nos prendias e furtavas,
enquanto a reta insigne
da torre ia lavrando
no campo desfolhado outras quimeras:
sem ti não somos mais o que antes éramos.

E se este lugar de exílio hoje passeia
faminta imaginação atada aos corvos
de sua própria ceva,
escada, ó assunção,
ao céu alças em vão o alvo pescoço,
que outros peitos em ti se beijariam
sem sombra, e fugitivos,
mas nosso beijo e baba se incorporam
de há muito ao teu cimento, num lamento.

sábado, 30 de agosto de 2014

Música

Banda: Paralamas do Sucesso
Música: Aonde Quer que Eu Vá

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Poesia

Autopsicografia
Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Música

Banda: Kansas
Música: Dust in the Wind

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Poesia

Beijo
O que se esconde atrás de um beijo?
Sonhos, saliva, desejo

afeto, ódio, língua

querer, bem querer, mal querer

odor, flor, tesão

paixão, vida, beijo

De um olhar mais que alucinado

Coração e respiração entrelaçados

Pensamentos no fim

Ou no começo então
De um único e simples beijo
Pode-se nascer uma paixão

sábado, 23 de agosto de 2014

Música

Cantor: Cartola
Música: O Mundo é um Moinho

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Poesia

Amar
Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
 e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa,
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.